segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Editorial Apresenta Pontos de Ajustes para Música


Ministério da Música
Pode ser que algumas coisas de que gostamos não estejam agradando a Deus

por Rubens Lessa, na Revista Adventista - Fevereiro de 2010

A música, quando usada criteriosamente, é um Ministério da mais elevada importância. Nossa Igreja, no Brasil, possui músicos competentes e todos contribuem para o enriquecimento espiritual de nossas congregações. Os cantores, também, desempenham papel significativo nesse ministério.

Gosto de música, mas não sou músico. Quando falo ou escrevo sobre o assunto, me limito aos aspectos ligados à adoração e à influência do ministério da música. Neste editorial, porém, farei apenas uma singela reflexão.

Tenho ouvido apurado e sofro quando alguém sai dos trilhos. Mesmo assim, quando noto sinceridade no intérprete, procuro extrair lições da mensagem apresentada. Demonstro a mesma atitude em relação a sermões "desafinados". Afinal de contas, não vamos à igreja para analisar o talento de músicos e pregadores, mas para louvar a Deus e receber novo alento em nosso caminho cheio de lombadas, depressões, curvas, aclives e declives.

Mas sofro muito mais quando ouço alguém cantar totalmente fora dos princípios que devem nortear uma boa música. Contudo, não sou daqueles que se retiram do templo, demonstrando farisaísmo. Se fosse procedente essa atitude, a mesma coisa deveria ser feita em relação a sermões "desafinados" e a pessoas que não dão bom exemplo.

Essa, entretanto, não deve ser nossa postura, uma vez que não somos perfeitos em todos os aspectos da vida cristã. Cada um de nós tem suas lutas, seu calcanhar de Aquiles. O apóstolo Paulo afirmou: "Não que eu tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição" (Fp 3:12). E acrescentou: "mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus" (versos 12-14 ).

Portanto, assim como precisamos esquecer certas coisas em vários aspectos da vida espiritual, creio que, no campo da música, também nos cumpre evitar alguns desvios. Uma das recomendações de Ellen G. White é a seguinte: "Que todos dediquem tempo para cultivar a voz, de modo que o louvor de Deus seja entoado em tons claros e suaves, com dissonâncias e estridências que não ofendam o ouvido. A habilidade de cantar é um dom de Deus; seja ela usada para Sua glória "(Mensagens aos Jovens, p. 294).

Três coisas básicas são vistas como precisando de ajustes no ministério da música: nas igrejas o volume excessivamente alto, maneirismos vocais acentuados e uso imoderado de alguns instrumentos que, no contexto cultural de nosso país, relembram gostos e estilos identificados com uma experiência anterior de uma parcela dos membros da Igreja.

Esses cuidados devem ser implementados levando-se em conta lugar, finalidade, ocasião e público. Antigo ditado preceitua: "Nem tanto ao mar nem tanto à terra".

Deus deseja que exercitemos, sob uma influência da cruz, a capacidade de avaliar nossos critérios e nossa conduta.

Certa enfermeira fazia curativos numa pessoa cujo corpo estava coberto de feridas malcheirosas. Alguém se aproximou dela e perguntou: "Eu jamais faria isso." Então, a abnegada enfermeira respondeu: "Eu também pensava dessa maneira, mas mudei de opinião quando refleti no fato de que Jesus curou minhas feridas na cruz do Calvário."

A sugestão para que alguns reavaliem seu ministério musical não invalida o que está escrito no primeiro parágrafo: "Nossa igreja possui músicos competentes e todos contribuem para o enriquecimento espiritual de nossas congregações".

Contudo, se você e eu entendermos que nossa filosofia de música não se coaduna, em alguns aspectos, com o verdadeiro louvor, abandonemos os desvios e prossigamos "para o alvo", Inspirando-nos no que Jesus fez e faz por nós. Pode ser que algumas coisas de que gostamos não estejam agradando a Deus.

Líderes da obra, pastores, professores, músicos, intérpretes, anciãos, oficiais e membros de igreja - todos nós precisamos fazer uma profunda reavaliação sincera, com amor e equilíbrio, sem atitudes extremistas, levando em conta o fato de que, em breve, vamos cantar na presença do Altíssimo. Amém!

Rubens Lessa é editor da Revista Adventista.

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